Dia de Angola destaca cooperação científica e cultural entre a UFSC e UAN

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No total estudam 11 angolanos na graduação da UFSC nos cursos de Engenharia Civil, Ciências da Computação, Ciências Contábeis e Medicina. Fotos: Henrique Almeida/Agecom

A Secretaria de Relações Internacionais (Sinter) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) promoveu o Dia de Angola em 9 de maio, na Sala dos Conselhos, no Prédio da Reitoria. O evento foi aberto à comunidade.

Na mesa de abertura estiveram presentes a reitora, Roselane Neckel, o Senhor Rodrigo Bernardo de Sousa, primeiro secretário da Missão Diplomática de Angola ,  o secretário de Relações Internacionais da UFSC, Luiz Carlos Pinheiro Machado Filho, o secretário-adjunto, André de Ávila Ramos e o representante de Assuntos Internacionais do Governo de Santa Catarina, Marcelo Bressan.

Em seu discurso de abertura, a reitora parabenizou os professores pelos convênios firmados e incentivou a cooperação da Universidade com Angola. “Nós acreditamos que temos muito mais a oferecer aos países da África e da América Latina”. Ela afirmou, ainda, que essa parceria vai criar a “desconstrução de preconceitos”.

Rodrigo ministrou a palestra “Angola: Oportunidades de Negócios e de Investimentos – A Participação do Brasil” e frisou que a contribuição brasileira no desenvolvimento do país africano tem sido muito importante.

Em seguida, o estudante angolano Oteniel Epalanga, do curso de Engenharia Civil, fez uma apresentação de fotografias sobre a sua experiência na UFSC e em seu país. “Somos gratos ao governo brasileiro e a Universidade por essa oportunidade”, disse.

Houve ainda uma apresentação da cultura angola: o “verdadeiro Kuduro”. Três alunos demonstraram a dança com bastante ritmo e alegria.

Rodrigo Bernardo de Sousa, Primeiro Secretário da Missão Diplomática de Angola, frisou em sua palestra que a contribuição brasileira no desenvolvimento do país africano tem sido muito importante.

No total estudam 11 angolanos na graduação da UFSC nos cursos de Engenharia Civil, Ciências da Computação, Ciências Contábeis e Medicina.

A UFSC tem convênio com a Universidade Agostinho Neto (UAN), em Luanda, desde 2009, no entanto, a cooperação científica e cultural entre a UFSC e instituições de ensino da África ainda está no começo. Mudar essa realidade é uma das prioridades da gestão e, para isso, a Universidade enviou, em fevereiro deste ano, à Angola uma missão oficial, composta por quatro professores, com o intuito de ampliar as relações entre os países.

Entre as propostas discutidas, destacam-se três futuras ações da UFSC na África, que também foram apresentadas no evento: um mestrado em Recursos Fitogenéticos, a ser implantado na UAN, com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoas de Nível Superior (Capes) e de professores em Recursos Genéticos Vegetais (RGV) da UFSC; o Projeto “Kadila: Culturas e ambientes”, que agrega as áreas de Antropologia, História, Geografia e Linguística; bem como o Projeto “Imagine”, da Sinter, que visa a inclusão científica e o intercâmbio cultural em áreas remotas dos países: Angola, Marrocos, México, Peru e Brasil.

Nesta viagem, o professor André Ramos ressaltou o interesse de outras universidades em firmar um convênio, principalmente com o objetivo de formar docentes, pois Angola tem uma carência muito grande de bons professores.

A meta é que nos próximos três anos aumentem as áreas de cooperação e o número de intercambistas. “É impressionante o desenvolvimento de Angola, acho que é um dos países mais promissores”, disse Ramos.

Acyr Ávila da Luz, um dos primeiros geólogos brasileiros, também participou do Dia de Angola. Ele tem 92 anos, catarinense, nascido em Palhoça, e considera Angola sua segunda pátria: “A minha pátria é a língua portuguesa’ (frase de Fernando Pessoa), senti isso na Angola, mas em Moçambique também”.

Acyr Ávila da Luz fala de Angola com muita paixão e foi presenteado durante o evento, em nome da reitora, com uma medalha e um livro sobre os 50 anos da UFSC

Durante quase seis anos, na década de 1980, foi gerente-geral da Braspetro e lecionou no Departamento de Geologia da Universidade Agostinho Neto, em Luanda. Luz fala de Angola com muita paixão e foi presenteado durante o evento, em nome da reitora, com uma medalha e um livro sobre os 50 anos da UFSC.

Luz graduou-se em Engenharia de Minas, Metalurgia e Civil, na Escola de Minas de Ouro Preto, fez mestrado em Geologia na Universidade de Stanford, na Califórnia, e presidiu por três períodos a Sociedade Brasileira de Geologia. Além de lecionar em Angola, ele atuou como docente na Universidade Federal da Bahia. Exerceu sua atividade profissional como engenheiro do Conselho Nacional do Petróleo, da Petrobras, diretor-geral do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e também como gerente-geral da Braspetro (Angola).

ANGOLA

Angola é o país do continente africano que mais se aproxima do Brasil, não apenas por ser uma nação de língua portuguesa, mas também devido aos seus aspectos geográficos, históricos, culturais e étnicos. Além dessa proximidade, Angola desperta a nossa atenção pelo desenvolvimento acelerado em que se encontra, alavancado por riquezas como petróleo, diamantes e pescado, bem como pela fase de paz e estabilidade política que o país vivencia desde 2002.

Vitória Greve/Estagiária de Jornalismo da Agecom/UFSC

Outras informações: André de ávila Ramos – Secretário-adjunto de Relações Internacionais – andre.ramos@ufsc.br